terça-feira, 7 de julho de 2015

Boca n. 23

A escrita sobre coisas sérias dá uma trabalheira do caraças e não tem receptividade nenhuma. O povo quer lá saber que a Grégia esteja pelas ruas da amargura, que o Papa ande em viagem apostólica pela américa latina ou que os EUA e Cuba se aprestam a abrir embaixadas. Qualquer destes assuntos não influi nem contribui para a felicidade das pessoas, sobretudo para aquelas, e são muitas, que vivem a sua vidinha como a formiga obreira: vai para lá, vem para cá, hoje, amanhã e depois, faça chuva ou faça sol, sobe, desce, come, dorme, vai para lá, vem para cá, hoje, amanhã e depois, faça chuva ou faça sol, sobe, desce, come, dorme e.....vai para lá e para cá e assim sucessivamente.
São muitas pessoas nestas circunstâncias, ou melhor, são demasiadas pessoas nestas circunstâncias. Milhões delas neste pequeno rectangulo à beira-mar plantado que pouco mais fazem do que garantir a sua própria subsistência e para quem nada mais interessa do que a satisfação das necessidades básicas.
Compreendo. Quando se tem uma refeição na mesa sem ter de reserva algo que permita cozinhar a refeição seguinte não há tempo para pensar em mais nada que não seja como e onde conseguir as batatas e a carne para meter dentro do tacho daí a umas horas.

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