segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015



Boca n. 1: Ladrões

Ladrões, ladrões e mais ladrões é o que se ouve por esse país fora sempre que as coisas correm mal. Em grande medida as queixas têm razão de ser mas algumas vezes são extremamente injustas.
Pessoalmente, com toda a sinceridade, tenho alguma admiração pelos ladrões competentes, ou seja, os ladrões que conseguem roubar, roubar e roubar até mais não sem nunca serem apanhados. São profissionais altamente habilitados que desempenham a sua actividade em observação dos mais altos padrões de qualidade e alguns até têm preocupações éticas ao roubarem somente os que têm mais património do que deviam. Neste caso até são bons para a sociedade porque acabam por fazer a redistribuição que o Governo promete mas não faz. Temos de reconhecer que para atingir este patamar é preciso muita formação teórica e prática, quiçá avalizada pelas melhores universidades nacionais e estrangeiras. Infelizmente, como nunca são apanhados e não sabemos quem são (às vezes desconfiamos mas só isso não chega) nunca tive a oportunidade de lhes dar os parabéns pessoalmente. De qualquer forma, se algum dia lerem estas linhas fiquem a saber que há quem os admira. É com profissionais assim que o país «vai para a frente». Parabéns... continuai a dignificar a imagem do país cá dentro e lá fora.
Mas há uma franja destes profissionais liberais que nem o nome de ladrões merecem, tal a incompetência que demonstram. São uma nódoa para a reputação dos verdadeiros ladrões. São ladrõeszecos , gatunos de meia-tigela, larápios de fim-de-semana, mas não são ladrões reconhecidos pela respectiva ordem. Quando muito frequentaram universidades de qualidade duvidosa que lhe deram equivalências a ladrões de primeira, mas na maior parte dos casos nem cursos técnico-profissionais fizeram e, pasme-se, alguns iniciaram-se numa profissão tão complexa sem sequer concluir a escolaridade obrigatória. Tristeza, armam-se em ladroões sem saberem o B, A BA da ladroagem. São as bostas da classe, fedem mais que ovos fora de prazo e sinto náuseas só de pensar neles. Por isso não perco oportunidade de lhes dizer o quanto os desprezo, já aconteceu, dar-lhes uns valentes abanões porque nem merecem o tempo que os juízes perdem com eles quanto mais a cama, comida e roupa lavada que têm na prisão. São tão estúpidos que deixam-se prender por polícias que muitas vezes nem sequer têm grande disposição para o fazer, mas não têm outro remédio tal a incúria, desleixo e aselhice que estes aprendizes de ladrão revelam. Aliás, se fossem verdadeiros ladrões ao fim de alguns anos de actividade já tinham obrigação de estar estabelecidos, i. e., já tinham de ter alguns lacaios a roubar para si de forma a que na hora do aperto fossem eles - a raia miúda - e não os patrões a ir dentro. 
Por tudo isto é bem feito. Só têm de ir para a cadeia para aprenderem a ser ladrões como deve ser .


Bocaslusas

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